Florbela Espanca

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Florbela Espanca, batizada com o nome Flor Bela de Alma da Conceição, (1894-1930) foi uma poetisa portuguesa, autora de sonetos e contos importantes na literatura de Portugal. Foi uma das primeiras feministas de Portugal. Sua poesia é conhecida por um estilo peculiar, com forte teor emocional, onde o sofrimento, a solidão, e o desencanto estão aliados ao desejo de ser feliz.

Florbela Espanca foi uma poetisa portuguesa, autora de sonetos e contos importantes na literatura de Portugal. Foi uma das primeiras feministas de Portugal. Sua poesia é conhecida por um estilo peculiar, com forte teor emocional, onde o sofrimento, a solidão, e o desencanto estão aliados ao desejo de ser feliz.

Florbela Espanca, nome literário de Flor Bela Lobo, nasceu em Vila Viçosa, Alentejo, Portugal, no dia 8 de dezembro de 1894. Filha de Antónia da Conceição Lobo e de João Maria Espanca, que era casado com Mariana do Carmo Toscano, mas não tinha filhos. Flor Bela Lobo só foi batizada no dia 20 de junho de 1895, como filha de Antónia da Conceição Lobo e de pai incógnito, que só a reconheceu como filha depois de sua morte.

Em 1903, com sete anos começou a escrever seus primeiros textos e assinar “Flor d’Alma da Conceição”. Nesse mesmo ano, escreveu “A Vida e a Morte”, seu primeiro poema, já mostrando sua opção por textos amargos. Em 1906 escreveu seu primeiro conto intitulado “Mamã!”. Em 1907, apresenta os primeiros sintomas de uma doença nervosa.

Florbela Espanca ficou órfã de mãe em 1908, sendo então criada, junto com seu irmão Apeles, na casa da madrasta Mariana e do pai. Ingressou no Liceu Nacional de Évora, onde permaneceu até 1912. Em 1913 casou-se com Alberto Moutinho, seu colega da escola. Em 1914, o casal muda-se para o Redondo, na Serra d!Ossa, onde abrem uma escola e Florbela passa a lecionar.

Em 1916, a revista Modas & Bordados publica o soneto “Crisântemos”. De volta a Évora, torna-se colaboradora do jornal “Notícias de Évora”. Nessa época conheceu outros poetas e participou de um grupo de mulheres escritoras. Em 1917, completa o curso de Letras e ingressa no curso de Direito da Universidade de Lisboa. Apresenta mais uma vez os sintomas de neurose.

Em 1919, lançou “Livro de Mágoas”. Parte de sua inspiração veio de sua vida tumultuada, inquieta e sofrida pela rejeição do pai. Sofre um aborto espontâneo, que a deixa doente por um longo período. Em 1921, divorcia-se de Alberto e sente o preconceito da sociedade. Nesse mesmo ano publica o “Livro de Mágoas”. Passa a viver com o oficial de artilharia António Guimarães. De volta a Lisboa, em 1923, publica “Livro de Sóror Saudade”. Nesse mesmo ano, sofre novo aborto e separa-se do marido.

Em 1925, casa-se com o médico Mário Laje, em Matosinhos. Em 1927, sua vida é marcada pela morte do irmão, em um acidente de avião, fato que a levou a tentar o suicídio. A morte precoce do irmão lhe inspirou a escrever “As Máscaras do Destino”. A poesia de Florbela Espanca é caracterizada por um forte teor confessional. Sua poesia é densa, amarga e triste. A poetisa não se sentia atraída por causas sociais, preferindo exprimir em seus poemas os acontecimentos que diziam respeito à sua condição sentimental. Não fez parte de nenhum movimento literário, embora seu estilo lembrasse muito os poetas românticos. Florbela Espanca suicidou-se com o uso de barbitúricos, no dia de seu aniversário, às vésperas da publicação de sua obra prima “Charneca em Flor”, que só foi publicada em janeiro de 1931.

Florbela Espanca morreu em Matozinhos, Portugal, no dia 8 de dezembro de 1930. Em 1949 foi publicado “Cartas de Florbela Espanca”.

 

Poetisa Florbela Espanca e seu irmão Apeles Espanca - 1904

A relação com o irmão

A relação de Florbela com o seu único irmão, Apeles Demóstenes da Rocha Espanca, tem sido motivo de análise comum a quase todos os estudiosos da vida da poetisa.

Aos olhos dos seus contemporâneos, e de muitos dos seus detractores, Florbela mantinha com o irmão uma relação de carácter incestuoso, o que não parece ter fundo de verdade.

Apeles era quem lhe estava intelectualmente mais próximo e, simultaneamente, representava o elo com a infância e o ponto de apoio firme da poetisa. Quando oscilava entre um sentimento de desvalorização de si própria, para que a quisessem (expresso nos seus lamentos e ansiedade), e o desejo de ser valorizada (através do reconhecimento das suas obras), era a influência de Apeles que a conduzia ao equilíbrio.

No entanto, a ansiedade surge quando, em 1927, Apeles decide tirar o curso de piloto-aviador, e o desequilíbrio instala-se quando, a 6 de Junho, Apeles falece, vítima da queda, no Tejo, do hidro-avião que pilotava. (Florbela vai guardar dois destroços do avião, que encontra). É o maior choque da vida da poetisa, que se confronta com o absurdo da morte, precisamente no momento em que se começava a adaptar à família do terceiro marido. Desse violentíssimo choque resulta um agravamento da doença de Florbela, que nunca mais é a mesma. Ao mesmo tempo, daí resulta um crescendo na sua obra, em função do confronto com a estranheza da morte, e, até mesmo, uma reviravolta na sua escrita, que após a morte de Apeles se orienta para a prosa.

 

Pôster do filme sobre a vida de Florbela Espanca.
Pôster do filme sobre a vida de Florbela Espanca.

 

Incesto?

Segundo biógrafos como Agustina Bessa Luís ou Maria Alexandrina, não existiu, na realidade qualquer tipo de relacionamento incestuoso entre Florbela e o irmão Apeles. O facto de ser como irmã que Florbela se entrega mais profundamente, deve-se, no fundo, a Florbela ter tentado ser, mais do que uma irmã e confidente, uma Mãe para Apeles.

Apeles nasce a 10 de Março de 1897, sendo também filho de Antónia da Conceição Lobo, a Mãe de Florbela que o pai novamente procurou para ter outro filho. Só que, ao contrário de Florbela, este vive com a Mãe até aos quatro anos, quando esta vai para Évora e o pequeno passa a viver com os Espanca. Pouco depois, Antónia falece, e Florbela sente-se obrigada a preencher o lugar desta e a proteger o pequeno Apeles.

Maria Alexandrina, em A Vida Ignorada de Florbela Espanca, critica duramente esta ideia, falando mesmo de um amor tão raro… que mais tarde criaturas sem alma tentam enegrecer.

 

Florbela Espanca

Algumas obras:

  • Livro de Mágoas, 1919
  • Livro de Soror Saudade, 1923
  • Charneca em Flor: sonetos de Florbela Espanca, 1931
  • Juvenília, 1931
  • Cartas de Florbela Espanca a Dona Júlia Alves e a Guido Battelli, 1931
  • As Máscaras do Destino, 1931
  • Reliquiae, 1934
  • Cartas de Florbela Espanca, 1949
  • Diário do Último Ano, 1981
  • O Dominó Preto, 1983

 

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Saber mais : Florbela_Espanca_-_biografia

 

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Ler mais : https://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca

Idem :  https://estrolabio.blogs.sapo.pt/542871.html

Idem :  http://omundodahortense.blogspot.pt/2010/11/florbela-espanca.html

Idem : https://www.emaze.com/@AORWRWQRQ/florbela-espanca

 

Florbela_Espanca_-_Vila_Viçosa
Florbela_Espanca_-_Vila_Viçosa
Sepulcro da poetisa.
Sepulcro da poetisa.

 

 

Por : Dilva Frazão

 

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